Na obra "Ciúmes - delícias e tormentos", a psicanalista Marcianne Blévis descreve mais de uma dezena de casos dessa tortura - às vezes imprescindível - numa linguagem clara e desenvolta, e com final quase sempre... feliz. Segundo Blévis, o ciumento é um inquieto como todos os apaixonados, porém com a certeza adicional de que mais dia, menos dia, se é que já não aconteceu, a pessoa amada o trairá. (...) Em francês, jalousie derivou de seu sentido inicial de ciúme para designar uma pequena janela de ripas por onde se pode olhar sem ser visto. Para a autora, o ciumento se considera um eterno incompreendido. Se muitas vezes ele prevê com razão o insucesso de suas relações amorosas, erra ao responsabilizar outro que não ele próprio por sua derrota. Se são volúveis no amor, mantêm-se fiéis no ciúme, e mostram-se tão incapazes de amar quanto de não serem ciumentos. Por meio dos casos relatados por Marcianne Blévis, o leitor descobrirá que homens, mulheres, narcisistas, sádicos, masoquistas, irmãos, irmãs, indiferentes, silenciosos, invejosos, pais, filhos, enfim, todos os tipos de ciumentos ou ciumentas, apresentam sugestões aplicáveis a todos nós. Afinal, quem deixou de experimentá-lo, nem que fosse uma única vez? Marcianne Blévis. Psicanalista francesa, integrante da Société de Psychanalyse Freudienne. Neste livro de 2006, tentou dar conta da "complexidade e riqueza das trocas entre analista e analisando" no que se refere, em particular, às experiências do ciúme, da rivalidade, do masoquismo e da inveja, e às reflexões que delas nasceram e com as quais teve oportunidade de lidar durante numerosos anos de prática.