Todos nós somos linguistas. Mas há alguns de nós que são mais "linguistas" que outros: linguistas profissionais atuam nas universidades. Algumas empresas se voltam para a linguística aplicada. Tudo leva a crer que os linguistas existem, mesmo que seja pelo artifício de uma convenção. Para entender a linguística foi produzido por um "linguista" convicto de que quanto mais progredimos na linguística, mais percebemos nossas ignorâncias: nunca se conhece mais do que uma ínfima parte das coisas. Além do mais, a linguística se situa na encruzilhada de disciplinas extremamente variadas: às vezes, ela se encontra com a neurologia. Às vezes, o linguista tem de ser sociólogo, ou, ainda, psicólogo. Em suma, são necessárias luzes de todos os lados. De fato, mais que qualquer outra ciência, a linguística se presta à interdisciplinaridade com a neurolinguística, a sociolinguística, a psicolinguística, a lógica, a informática... Mas, ao mesmo tempo, para não perder sua alma, enquanto se abre, a linguística deve saber preservar seus próprios pontos de vista. Movimento centrífugo, de um lado; movimento centrípeto, do outro. É o segundo movimento que será privilegiado em tudo o que aqui se aborda. Robert Martin vai ao núcleo da linguística, mais do que às suas bordas, para dizer o que ela tem de específico, mais do que de compartilhado.