Aqui estão os poemas de amor de uma mulher que não teve medo de seus lugares-comuns, de seu tempo, como de nenhum outro. A defesa profunda do desejo, suas dores, ambições, rejeições, o erotismo, a insubordinação — foi em nome de um coração cheio de selvas que Alfonsina escreveu seus poemas. Como aquela disposta a tudo, abraçada às tantas lágrimas humanas, Alfonsina foi julgada não pela qualidade literária, mas pelo conteúdo de seus poemas. Sem medo de tocar suas sombras, com musicalidade e liberdade, sua poética narra e recusa as sugestões castas, a ingenuidade para o sacrifício ou para a anulação. Então, a encontramos num átimo: “sonho-te (...) sou feliz, mas choro”. Ali, temos um mundo. E, mais do que nunca, uma poeta necessária. Uma poeta radical do amor.