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Quando tudo está em chamas
Fé que surge das cinzas
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No outono de 2019, minha mulher e eu fizemos nossa terceira peregrinação pelo Caminho de Santiago. Percorrer esse Caminho se tornou uma das grandes paixões de minha vida. A vida de peregrino me agrada — pelo menos durante algumas semanas com intervalos de alguns anos. Damos nosso primeiro passo no Caminho na vila francesa de Saint-Jean-Pied-de-Port nos Montes Pirineus, e quarenta dias e oitocentos quilômetros depois chegamos à catedral de Santiago de Compostela, na Espanha.
Mas o velho ditado “é a jornada, não o destino, que mais importa” verdadeiramente se aplica à peregrinação moderna. Se o destino for o objetivo, posso chegar a Santiago partindo de qualquer ponto do mundo em questão de horas. Não é esse, porém, o objetivo. O objetivo é a extensa caminhada em si e a vida simplificada de ser um peregrino — é um descanso “longe da multidão enlouquecida” da modernidade. Durante quarenta dias e quarenta noites, nossa vida se reduz à abençoada singularidade de caminhar de uma cidade para outra, de uma igreja para outra, de um alojamento para outro, cada dia chegando um pouco mais perto de Santiago. Não corremos para cá ou para lá, avançando e retrocedendo freneticamente. Não corremos mundo afora em meios de transporte mecanizados. Simplesmente caminhamos com perseverança rumo ao oeste, nunca mais depressa do que o caminhar passo a passo. O ritmo lento é o objetivo. Isso porque quando diminuímos suficientemente o ritmo durante um período prolongado, passamos a viver num estado mais contemplativo. O verdadeiro destino de minha peregrinação não é Santiago, mas sim o silêncio da alma que leva à contemplação.
Percorrer o Caminho de Santiago é uma experiência profundamente espiritual. Cada peregrino, por mais secular que seja sua filosofia, sente isso, e isso é tópico frequente de conversação. “O Caminho proverá” é uma expressão comum entre os peregrinos. Significa que, qualquer coisa de que você possa precisar, ela aparecerá enquanto você faz o Caminho. Descobri que isso é verdadeiro em muitos níveis. A espiritualidade do caminho é uma preciosa anomalia em nossa época desiludida. O Caminho é também religioso — e com isso quero dizer que você passará por inúmeras igrejas, capelas e cruzes. Praticamente cada peregrino vai assistir a pelo menos uma missa para receber a bênção da peregrinação. Você vai quase certamente alojar-se várias noites em algum monastério. É impossível não sentir a devoção religiosa de milhões de peregrinos medievais que percorreram a estrada para Santiago em seu mundo pré-moderno.
Considera-se um fato indiscutível que a Europa é completamente secular, ao passo que os Estados Unidos se agarram ao cristianismo. Mas essa não tem sido minha experiência. Quando estou na Europa, sinto lá no fundo, embora muitas vezes enterradas e esquecidas, raízes cristãs; ao passo que, na América, deparo com uma leve camada de verniz de religião civil escondendo um cerne profundamente secular. Ao contrário do que muitos possam pensar, o solo do cristianismo americanizado não é assim tão adequado para a nutrição e o sustento da fé cristã. Isso era o que eu estava ponderando enquanto fazia o Caminho no outono de 2019.
Acabamento | Brochura |
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Páginas | 224 |
Data de publicação | 17/08/2022 |
Formato | 20.5 x 13.7 x 1.1 |
Lombada | 1.1 |
Altura | 1.1 |
Largura | 13.7 |
Comprimento | 20.5 |
Tipo | pbook |
Número da edição | 1 |
Subtitulo | Fé que surge das cinzas |
Classificações BISAC | REL012120 |
Classificações THEMA | QRMP |
Idioma | por |
Peso | 0.245 |