Em edição revista e ampliada de Revolucionário e gay, o renomado historiador James N. Green narra a trajetória de Herbert Daniel, ativista pioneiro na luta por democracia, diversidade e inclusão no Brasil.

Herbert Daniel se tornou um personagem único na história da resistência à ditadura militar no Brasil. Lutou por democracia nos anos de chumbo e pela dignidade da comunidade LGBTQIAPN+ nos anos de abertura política. Dotado de inteligência e sensibilidade incomuns, foi um revolucionário audacioso que participou da luta armada, ao mesmo tempo que se tornava um pensador sofisticado, admirador do cinema, leitor voraz e escritor talentoso.

Ao longo da sua juventude, fez parte de diversos grupos políticos de oposição à ditadura (Polop, Colina, VAR-Palmares e VPR). Mesmo dividindo a vida com companheiros que se entregaram à morte pela causa política, foi forçado a esconder a própria identidade sexual, vivendo um “exílio interno”, como descreveu depois. Na década de 1970, viveu seu segundo exílio, na Europa, onde se fortaleceu politicamente. Retornou ao Brasil em 1981, engajando-se na política eleitoral e no ativismo em defesa do meio ambiente e dos direitos das mulheres, dos homossexuais e da população negra e indígena, obtendo reconhecimento global pelo combate à discriminação contra pessoas vivendo com HIV.

Nesta edição revista e ampliada de Revolucionário e gay: A vida extraordinária de Herbert Daniel, o historiador James N. Green apresenta um retrato rico em detalhes do profundo compromisso de Herbert com a política de esquerda. As experiências pessoais desse jovem militante permitem entender como a ditadura militar impactou a vida de toda uma geração que se opôs ao regime. Em alguns momentos, suas convicções entravam em choque com a masculinidade hegemônica nas esquerdas, que impedia uma vivência mais profunda de um mundo com expressões de sexualidade e de gênero diversas. Ele também lutou contra isso, assumindo-se abertamente homossexual enquanto rememorava sua participação na luta armada.

Herbert Daniel aparece como uma ponte vital que liga os antigos revolucionários aos novos movimentos sociais. Sua história merece ser conhecida por um número cada vez maior de brasileiros.

“Conheci Herbert Eustáquio de Carvalho em plena ditadura militar. [...] Vivíamos a opção pela luta armada e compartilhamos convicções, confidências e sonhos. Ficamos muito amigos e assisti no dia a dia daqueles tempos à sua progressiva transformação em Herbert Daniel.” – Dilma Rousseff

“Herbert foi um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto setores de esquerda que reproduziam a heteronormatividade.” – Renan Quinalha

“Escrita de modo magistral por James Green, que não esconde, em seu texto, a enorme paixão pelo Brasil, esta biografia do admirável Herbert Daniel [...] é a confirmação mesma de que as ideias são à prova de bala e imunes às doenças e, portanto, atravessam o tempo.” – Jean Wyllys