POR QUE ESCOLHER O LIVRO VITIMOLOGIA? A presente obra reflete algumas das inúmeras qualidades de um jovem talento comprometido com a excelência. Seja na condição de docente ou advogado, Anderson Burke reúne características imprescindíveis para profissionais que se destacam como a expressão do que há de melhor no contexto do ensino jurídico e da advocacia brasileira. Raphael Boldt Advogado. Professor nos cursos de graduação em Direito e Pós-Graduação em Ciências Criminais da Faculdade de Direito de Vitória (FDV/ES). __________ “Eu estive aqui e ninguém contou a minha história”. Essa é a inscrição gravada na pedra que Luís Gama, no livro As Rosas de Atacama, diz que encontrou no que outrora foi o campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha. Essa inscrição traduz a agonia das vítimas de crimes. É como um grito imenso que dói na alma. Uma agonia interminável como a traduzida magnificamente no famoso quadro O Grito, de Edward Munch. Historicamente esquecidas pela dogmática processual penal, as vítimas de crimes são tratadas como mero meio de prova, como se não fossem pessoas de carne, osso e sentimentos, assim como o réu. Se tornaram invisíveis. Seu drama, sua história, quando muito, só ganha a atenção de uma mídia populista e manipuladora, que a usa e depois a joga fora, como uma peça descartável. Por isso, é preciso ter coragem para contar a história da vítima no sistema de justiça criminal. Coragem de romper o preconceito da tradição dogmática imperante, que olha a vítima com desconfiança e preconceito. O jovem Burke teve essa coragem ao nos brindar com o seu brilhante livro “Vitimologia: Manual da Vítima Penal”, resgatando a vítima do ostracismo e assim contribuindo para a transformação dessa triste realidade. E “quem transforma o mundo são as minorias determinadas, não são as maiorias acomodadas” (Maurice Duverger). Gustavo Senna Promotor de Justiça do MPES. Professor nos cursos de graduação em Direito e Pós-Graduação em Ciências Criminais da Faculdade de Direito de Vitória (FDV/ES).